Os 85 km previstos foi pura ilusão...
Sai para pedalar era uma hora da tarde. Não via a hora de sair de Tui, a primeira cidade espanhola, que por sinal era muitíssimo cara.
Uns quinze quilómetros adiante, no primeiro pip-stop descobri que havia perdido uma hora do dia e que já eram 15:15 e não 14:15, o horário de verão espanhol.
Nesse dia, fui praticamente por Carretera Nacional, o objetivo era só Santiago. Pensava em chegar a Padrón, mudei para Caldas de Rei e parei em Pontevedra(Bem antes).
Valença - Pontevedra - 67 km
No Norte de Portugual e aqui na Galícia, se comem Caracol, está servida Eliana?
Eu comi... rsss, mas não foi o molúsculo não, eu comi um diferente. O que eu comi foi um doce que tem esse formato, tem frutas e `azucar` cristalizadas
Voltando um pouco, ainda em Cajamar pedi ao Mateus que pegasse três pedras de lá e assim ele o fez: a primeira eu joguei na Serra La Bruja, foi emocionante gravar um recado para ele, cheguei ficar com a voz embargada.
A segunda, a Pedra Grande, seguindo os desejos dele eu joguei na divisa, no Rio Minho.
A terceira, ainda está comigo.
Fazendo isso, acho que é uma maneira dele (Mateus) interagir com a viagem.
De Pontevedra em diante foi uma luta, a terrível vontade chegar e a de não chegar nunca... acordei às 6 da manha, sai do quarto, lotado, e fui arrumar lentamente minha bagagem.
Sai às sete e pouquinho... no caminho eu diversifiquei entre Carretera (subidas e descidas) e campo, onde era plano.
O pedal seguia às margens das rias, que são braços do mar sobre a terra. Nas rias, mais precisamente nas Rias Baixas se cultivam as vinhas dos melhores vinhos da Galícia, Região Autonoma da Espanha, onde fica Santiago de Compostela e que se fala `unha língua extranha, não muito lonxe do portugués e do espanhol, o Gallego`. (Português mais acariocado, cheio de X`s, ou seja, parecido com a Soraia falando)
Os últimos 3 kms eu queria e não queria pedalar,
MAS CHEGUEI,
e quando cheguei na frente da Catedral de SANTIAGO parecia que o cansaco de todos aqueles dias pesaram sobre as minhas costas e pernas. Ao mesmo tempo, minha mente estava leve.
Algo para mim muito grandioso que não consegui sozinho. Além da família, e sem a ajuda de meus amigos que trabalham nos Bastidores eu não teria conseguido, valeu: Anderson, Juliane e Roger. Há muitos outros para agradecer, mas a jornada ainda não acabou, um dia de descanso e amanhã tem mais, Finisterre lá vou eu!
Pontevedra - Santiago - 67 km.
Ah... hoje não tem fotos (problemas técnicos). T+
Um parceiro meu, que aliás estou devendo o material de `Fátima e o Papa` é o Thiago da TSM Sports, assim que possivel eu mando: www.tsmsports.com .
Aqui... pedais que me fizeram voltar no tempo, quer seja pela liberdade, quer seja pelos perrengues, quer seja pelas amizades, enfim: criança!
segunda-feira, 24 de maio de 2010
sábado, 22 de maio de 2010
Uma longa história...
Bem,
Ainda ontem, sexta-feira, tentei ligar novamente para o Roger e para o Anderson, mas ´tava difícil... logo após postar esse texto, tentarei novamente. Por outro lado, consegui falar com o pessoal da Nexans, que estão me acompanhando quietinhos. E falei também com o Lia (meu irmão).
Coimbra, a Novela
Na noite que cheguei (sábado) a cidade estava realizando a última noite da festa estudantil, a festa chamada Queima das Fitas. Estudantes vestidos com roupas de gala, com direito a cartola e bengala. No fim tudo vira farra... a cidade amanheceu imunda, cheia de garrafas de cerveja pelo chão.
Acordei tarde no domingo, e achei que iria descansar, minhas roupas, exceto a do corpo estavam todas sujas e eu não poderia lavar na Pousada da Juventude de lá, procurei uma lavanderia. Antes porém, perto da Praça Santa Cruz, parei em um Restaurante Indiano para comprar uma Superbock (Cerveja). Só achei a lavanderia ao lado do Shopping Coimbra, à 5 km de distância, a pé, e com uma trouxa de roupas nas mãos. Para voltar, mais 5 km, uma peregrinação.
A tarde fui tentar conhecer a cidade, conheci tudo, tudo por fora, estava tudo fechado porque era domingo. Ai, ai... esse estranho modo de pensar lusitano... só faltavam os restaurantes fecharem para o almoço.
Procurando um lugar barato para jantar, ali mesmo perto da Praça Santa Cruz novamente, vi um cartaz dizendo Restaurante Italiano. Achei suspeito, pois lá ofereciam um Salmão Grelhado com arroz e batatas por 6,50. Segui as indicações do cartaz e quando vi a fachada, a suspeita aumentou. Fachadinha estranha.
Entrei no restaurante, muito bonito, com grossas mesas de madeira e cadeiras de couro, porém de suspeito o restaurante passou a quase um indiciado. Estava vazio, olhei para o alto procurando uma câmera: achei que fosse uma pegadinha. Ninguém.
Alguns segundos depois, aparece o dono do restaurante, falando italiano, mas com uma cara de indiano... Quase virei as costas e fui embora, mas pensei se eu fosse o dono de um restaurante, numa cidade turística, em pleno domingo e meu único cliente fosse embora eu não iria gostar, assim sendo, fiquei.
Pedi o tal Salmão e começamos a conversar, ele me deu meia garrafa de vinho.
Quando do nada, quem aparece, a menina que me vendeu a cerveja no restaurante indiano... chamando-o: - Papa, papa!
Pronto, para mim ele estaria condenado. Ele percebeu minha cara, e tentou me dizer que seu pai era indiano, sua mãe italiana, que nascera na Calábria, trabalhara... bla, bla, bla...
Ele pode ter me enganado com o tal do restaurante italiano, mas não é que o Salmão tava bom. rsss
Na segunda de manhã, fui visitar tudo que estava fechado. Eu tinha algumas missões especiais, meu ex-professor de Física da oitava série o Luciano Angeluci, vulgo Cabeção, me pediu umas pesquisas sobre um Médico e Físico Português do século XVIII que viveu em Coimbra. Entre essas pesquisas estava uma garrafa da Águas de Inglaterra e um microscópio que ele havia oferecido a Universidade de Coimbra.
Bem, fui em busca da Venda do Colégio, onde vendiam a tal Águas de Inglaterra. O Colégio é hoje, alias há 60 anos a Faculdade de Psicologia...
Então fui até o Museu de Física, já pensando: os museus fecham as segundas. Porém o não já estava garantido. Resumindo... contei a historia e um professor que abriu o Museu de Ciências (onde verdadeiramente estava o microscópio). Assim, entrei naquele enorme e bonito museu vazio, aberto excepcionalmente para uma `missão` científica, o Mestrado da PUC do Cabeção.
Das várias Igrejas de Coimbra, só vi a da Sé Velha, a de Santa Cruz e a de Santiago (a mais interessante e menor).
Voltei correndo ao albergue, hora de zarpar.
Arrumei toda a bagagem e fui sair com a bike, um barulho estranho, pensei que fosse algo com o câmbio, mas não, era a garupa. A garupa, de alumínio, que estava escrito que suportaria 25 quilos, não aguentou 22 kg, ela quebrou.
Bem se quebrou vai ser fácil achar um local para comprar uma outra então fui perguntando aqui e ali e nada e nada de encontrar a tal garupa até que pensei naquele shopping perto da onde eu lavei a roupa deve ter uma Sportzone (a Centauro de lá) e lá fui eu pedalando com parte da bagagem nas costas para não forçar mais a garupa e confesso que pedalar com uma mochila nas costas não é nada fácil. Assim que cheguei no shopping havia uma porta de segurança e a bike não poderia entrar. Então convenci uma mulher a cuidar dela para mim e quando ela disse que eu poderia ir eu fui correndo mas a loja não tinha garupas e não sabiam onde poderia ter um local que vendessem garupas e ao sair do shopping agradeci a mulher e fui procurar alguém de bicicleta e não encontrei, mas nessa busca um rapaz perguntou me de onde vinha e para onde iria e eu falei que vinha de Lisboa e iria a Santiago e ele gostou e me indicou uma loja na zona norte da cidade ou melhor no outro lado da cidade e lá fui eu não vendo a hora de sair daquela cidade e quando cheguei no local havia uma placa indicando o novo endereço que era ao lado do shopping e nesse momento me deu uma dor antecipada na coxa e lá foi eu novamente a cruzar a cidade mas antes eu deixei as bagagens no Bombeiros Voluntários de lá e fui a tal loja e consegui comprar a garupa e voltei ao Bombeiros Voluntários e arrumei a garupa e coloquei a bagagem e joguei os restos mortais da outra garupa fora aproveitando algumas peças que poderiam ser úteis e finalmente ao sair dos Bombeiros a garupa nova entortou.
(escrevi o parágrafo acima quase sem pontuação para vocês cansarem junto comigo, rss)
A garupa nova entortou, e me bateu um desespero e falei: eu desisto, chega, pra mim acabou, vou pegar um trem (comboio), vou até o Porto e lá vejo o que faço. (Após admitir isso, chorei bastante, é duro desistir de um sonho).
Fui a estação e perguntei que horas tinha o próximo comboio e seria dali uma hora, tomei um refri, uma Fanta de Ananás (muito boa) e pensei: vai desistir assim, no primeiro grande obstáculo, vai desistir. Se desistir é porque não era um sonho era uma vontadezinha.
Ai, lenvantei e falei vou voltar para o Albergue e ao sair da estação, falei: que albergue que nada, vou até onde der. Eram 17:30 e naquele dia fiz mais 47 km, além dos 19 que havia feito em Coimbra. Uma novela.
Parei em Águeda e de lá fui ao Porto - 81 km.
No Porto, achei o transito mais estressado que o de São Paulo e haviam muitas pessoas de rua, pedindo dinheiro. Assim, resolvi não sair a noite.
Fiquei no Yellow House (um albergue bom e barato), e comi ali perto mesmo.
No outro dia de manhã, reforcei a garupa nova com as peças da velha e fui a Catedral da Sé pegar o importante Carimbo do Porto.
No Caminho de Santiago os peregrinos são idendificados por uma Vieira (uma concha) e principalmente pela Credencial do Peregrino e nessa credendial, todos os dias pegamos os Carimbos nas igrejas e albergues que ficamos.
Bem, a Catedral abriria às 14:30 e eram meio dia, almocei, e fui ao Estádio do Futebol Clube do Porto, O Dragão. Muito bonito, com hospital, loja do Clube e Shopping, tudo de vidro... acho que no Brasil não daria muito certo.
Peguei o carimbo. Visitei a Ponte sobre o Douro e segui as setas dentro das ruelas da cidade antiga, como(?), empurrando a bike, é impossível subir aquelas ladeiras pedalando.
Ponte D. Luis, construida por Eiffel, sobre o Rio Douro - Porto
Pi-pi-piiiiii... vixi, acabou a bateria da filmadora... parei em um bar e pedi para carregá-la. Uma hora depois sai de lá. Mas antes, lembrei que estava no Porto e que ainda não havia tomada o tão famoso Vinho do Porto, que é um vinho aperitivo, se toma antes ou depois de comer, nunca durante as refeições como os vinhos maduros e verdes.
Do Porto à São Pedro de Rates, 67 km, sendo mais de vinte dentro do Porto.
Em São Pedro de Rates tem uma caprichosa Igreja Românica do século XII. As características dessas igrejas são as seguintes: captel voltado para o leste, pois é de lá que vem a luz; uma porta para o Oeste e outra para o Norte; paredes grossas e janelas pequenas, devido as guerras; e seu teto não é tão alto quanto os tetos das igrejas góticas. Dizem que na época românica o teto era baixo porque eles sentiam Deus mais próximo deles e com o gótico, era o oposto, as altas naves e torres, refletiam a distância entre o que eles sentiam que estavam de Deus.
Sai de São Pedro, com vontade de ir a até Pontes de Lima, mas fiquei muito mau, tive muita febre durante o caminho, fazia 35 graus e a subida era muito íngrime. Cheguei a sentar no meio da rua... sem forças. Tempos depois, um pouco recuperado. Empurrei a bike por mais uns 3 km e achei um oásis um Albergue novo, não catalogado. Ufa, que alívio. Me recuperei e busquei um telefone ou internet e nada. Não havia nada.
Resumindo o dia, conversei com os primeiros peregrinos, um francês, duas irmãs holandesas e até jantei com uma alemã que estava fazendo o caminho a pé, acabou a solidão do caminho... ufa.
Ontem, ao sair de Portela (o oásis), vim até Valença, a última cidade Portuguesa do Caminho, sentirei saudades de Portugal!!!
Ponte de Lima - Portugal
No percurso de ontem passei pelo trecho mais difícil do Caminho a Serra La Bruja. Foram quatro horas para fazer 16 km, mas só na parte mais dura,
foram umas duas horas e meia para fazer 3 km de subida com pedras soltas e raízes expostas.
As garras da bruxa me pegaram, sai com a perna toda arranhada. Falei muitos palavrões nessa subida. Que se no começo eu cantava: Ai... a bruxa vem ai, no final eu estava cantando Ultrage a Rigor: FDPPPPP.
Depois do martírio o paraíso, 6 km de asfalto e downhill, desci cantando. Vi uma placa: Bem-vindo a Fontoura. Assim eu comecei: - B-A, Ba; B-E, Be; B-I otônico Fontoura. Como um mantra fui cantando isso e emendei com uma música do Raul, `Agora eu vou cantar por cantar... Cantar tudo que vier na Cabeça...` e quando estava cantado Tia Anastácia `Acho que alguém aqui pirou e eu ando desconfiado que esse cara sou eu`, eu percebi que haviam três carros esperando o maluco aqui encostar a bike para eles passarem, rsss. Tudo isso a 50 km por hora. Pedalar para mim é isso, maluquisse ou infatilidade, mas é uma Máquina do Tempo, eu volto a ser criança.
Agora estou em um Café em Tui, Espanha, são 12:30 e preciso fazer uns 85 kms ainda hoje para ver se vou a missa amanhã, onde?
Em Santiago de Compostela...
T+
Ainda ontem, sexta-feira, tentei ligar novamente para o Roger e para o Anderson, mas ´tava difícil... logo após postar esse texto, tentarei novamente. Por outro lado, consegui falar com o pessoal da Nexans, que estão me acompanhando quietinhos. E falei também com o Lia (meu irmão).
Coimbra, a Novela
Na noite que cheguei (sábado) a cidade estava realizando a última noite da festa estudantil, a festa chamada Queima das Fitas. Estudantes vestidos com roupas de gala, com direito a cartola e bengala. No fim tudo vira farra... a cidade amanheceu imunda, cheia de garrafas de cerveja pelo chão.
Acordei tarde no domingo, e achei que iria descansar, minhas roupas, exceto a do corpo estavam todas sujas e eu não poderia lavar na Pousada da Juventude de lá, procurei uma lavanderia. Antes porém, perto da Praça Santa Cruz, parei em um Restaurante Indiano para comprar uma Superbock (Cerveja). Só achei a lavanderia ao lado do Shopping Coimbra, à 5 km de distância, a pé, e com uma trouxa de roupas nas mãos. Para voltar, mais 5 km, uma peregrinação.
A tarde fui tentar conhecer a cidade, conheci tudo, tudo por fora, estava tudo fechado porque era domingo. Ai, ai... esse estranho modo de pensar lusitano... só faltavam os restaurantes fecharem para o almoço.
Procurando um lugar barato para jantar, ali mesmo perto da Praça Santa Cruz novamente, vi um cartaz dizendo Restaurante Italiano. Achei suspeito, pois lá ofereciam um Salmão Grelhado com arroz e batatas por 6,50. Segui as indicações do cartaz e quando vi a fachada, a suspeita aumentou. Fachadinha estranha.
Entrei no restaurante, muito bonito, com grossas mesas de madeira e cadeiras de couro, porém de suspeito o restaurante passou a quase um indiciado. Estava vazio, olhei para o alto procurando uma câmera: achei que fosse uma pegadinha. Ninguém.
Alguns segundos depois, aparece o dono do restaurante, falando italiano, mas com uma cara de indiano... Quase virei as costas e fui embora, mas pensei se eu fosse o dono de um restaurante, numa cidade turística, em pleno domingo e meu único cliente fosse embora eu não iria gostar, assim sendo, fiquei.
Pedi o tal Salmão e começamos a conversar, ele me deu meia garrafa de vinho.
Quando do nada, quem aparece, a menina que me vendeu a cerveja no restaurante indiano... chamando-o: - Papa, papa!
Pronto, para mim ele estaria condenado. Ele percebeu minha cara, e tentou me dizer que seu pai era indiano, sua mãe italiana, que nascera na Calábria, trabalhara... bla, bla, bla...
Ele pode ter me enganado com o tal do restaurante italiano, mas não é que o Salmão tava bom. rsss
Na segunda de manhã, fui visitar tudo que estava fechado. Eu tinha algumas missões especiais, meu ex-professor de Física da oitava série o Luciano Angeluci, vulgo Cabeção, me pediu umas pesquisas sobre um Médico e Físico Português do século XVIII que viveu em Coimbra. Entre essas pesquisas estava uma garrafa da Águas de Inglaterra e um microscópio que ele havia oferecido a Universidade de Coimbra.
Bem, fui em busca da Venda do Colégio, onde vendiam a tal Águas de Inglaterra. O Colégio é hoje, alias há 60 anos a Faculdade de Psicologia...
Então fui até o Museu de Física, já pensando: os museus fecham as segundas. Porém o não já estava garantido. Resumindo... contei a historia e um professor que abriu o Museu de Ciências (onde verdadeiramente estava o microscópio). Assim, entrei naquele enorme e bonito museu vazio, aberto excepcionalmente para uma `missão` científica, o Mestrado da PUC do Cabeção.
Das várias Igrejas de Coimbra, só vi a da Sé Velha, a de Santa Cruz e a de Santiago (a mais interessante e menor).
Voltei correndo ao albergue, hora de zarpar.
Arrumei toda a bagagem e fui sair com a bike, um barulho estranho, pensei que fosse algo com o câmbio, mas não, era a garupa. A garupa, de alumínio, que estava escrito que suportaria 25 quilos, não aguentou 22 kg, ela quebrou.
Bem se quebrou vai ser fácil achar um local para comprar uma outra então fui perguntando aqui e ali e nada e nada de encontrar a tal garupa até que pensei naquele shopping perto da onde eu lavei a roupa deve ter uma Sportzone (a Centauro de lá) e lá fui eu pedalando com parte da bagagem nas costas para não forçar mais a garupa e confesso que pedalar com uma mochila nas costas não é nada fácil. Assim que cheguei no shopping havia uma porta de segurança e a bike não poderia entrar. Então convenci uma mulher a cuidar dela para mim e quando ela disse que eu poderia ir eu fui correndo mas a loja não tinha garupas e não sabiam onde poderia ter um local que vendessem garupas e ao sair do shopping agradeci a mulher e fui procurar alguém de bicicleta e não encontrei, mas nessa busca um rapaz perguntou me de onde vinha e para onde iria e eu falei que vinha de Lisboa e iria a Santiago e ele gostou e me indicou uma loja na zona norte da cidade ou melhor no outro lado da cidade e lá fui eu não vendo a hora de sair daquela cidade e quando cheguei no local havia uma placa indicando o novo endereço que era ao lado do shopping e nesse momento me deu uma dor antecipada na coxa e lá foi eu novamente a cruzar a cidade mas antes eu deixei as bagagens no Bombeiros Voluntários de lá e fui a tal loja e consegui comprar a garupa e voltei ao Bombeiros Voluntários e arrumei a garupa e coloquei a bagagem e joguei os restos mortais da outra garupa fora aproveitando algumas peças que poderiam ser úteis e finalmente ao sair dos Bombeiros a garupa nova entortou.
(escrevi o parágrafo acima quase sem pontuação para vocês cansarem junto comigo, rss)
A garupa nova entortou, e me bateu um desespero e falei: eu desisto, chega, pra mim acabou, vou pegar um trem (comboio), vou até o Porto e lá vejo o que faço. (Após admitir isso, chorei bastante, é duro desistir de um sonho).
Fui a estação e perguntei que horas tinha o próximo comboio e seria dali uma hora, tomei um refri, uma Fanta de Ananás (muito boa) e pensei: vai desistir assim, no primeiro grande obstáculo, vai desistir. Se desistir é porque não era um sonho era uma vontadezinha.
Ai, lenvantei e falei vou voltar para o Albergue e ao sair da estação, falei: que albergue que nada, vou até onde der. Eram 17:30 e naquele dia fiz mais 47 km, além dos 19 que havia feito em Coimbra. Uma novela.
Parei em Águeda e de lá fui ao Porto - 81 km.
No Porto, achei o transito mais estressado que o de São Paulo e haviam muitas pessoas de rua, pedindo dinheiro. Assim, resolvi não sair a noite.
Fiquei no Yellow House (um albergue bom e barato), e comi ali perto mesmo.
No outro dia de manhã, reforcei a garupa nova com as peças da velha e fui a Catedral da Sé pegar o importante Carimbo do Porto.
No Caminho de Santiago os peregrinos são idendificados por uma Vieira (uma concha) e principalmente pela Credencial do Peregrino e nessa credendial, todos os dias pegamos os Carimbos nas igrejas e albergues que ficamos.
Bem, a Catedral abriria às 14:30 e eram meio dia, almocei, e fui ao Estádio do Futebol Clube do Porto, O Dragão. Muito bonito, com hospital, loja do Clube e Shopping, tudo de vidro... acho que no Brasil não daria muito certo.
Peguei o carimbo. Visitei a Ponte sobre o Douro e segui as setas dentro das ruelas da cidade antiga, como(?), empurrando a bike, é impossível subir aquelas ladeiras pedalando.
Ponte D. Luis, construida por Eiffel, sobre o Rio Douro - Porto
Pi-pi-piiiiii... vixi, acabou a bateria da filmadora... parei em um bar e pedi para carregá-la. Uma hora depois sai de lá. Mas antes, lembrei que estava no Porto e que ainda não havia tomada o tão famoso Vinho do Porto, que é um vinho aperitivo, se toma antes ou depois de comer, nunca durante as refeições como os vinhos maduros e verdes.
Do Porto à São Pedro de Rates, 67 km, sendo mais de vinte dentro do Porto.
Em São Pedro de Rates tem uma caprichosa Igreja Românica do século XII. As características dessas igrejas são as seguintes: captel voltado para o leste, pois é de lá que vem a luz; uma porta para o Oeste e outra para o Norte; paredes grossas e janelas pequenas, devido as guerras; e seu teto não é tão alto quanto os tetos das igrejas góticas. Dizem que na época românica o teto era baixo porque eles sentiam Deus mais próximo deles e com o gótico, era o oposto, as altas naves e torres, refletiam a distância entre o que eles sentiam que estavam de Deus.
Sai de São Pedro, com vontade de ir a até Pontes de Lima, mas fiquei muito mau, tive muita febre durante o caminho, fazia 35 graus e a subida era muito íngrime. Cheguei a sentar no meio da rua... sem forças. Tempos depois, um pouco recuperado. Empurrei a bike por mais uns 3 km e achei um oásis um Albergue novo, não catalogado. Ufa, que alívio. Me recuperei e busquei um telefone ou internet e nada. Não havia nada.
Resumindo o dia, conversei com os primeiros peregrinos, um francês, duas irmãs holandesas e até jantei com uma alemã que estava fazendo o caminho a pé, acabou a solidão do caminho... ufa.
Ontem, ao sair de Portela (o oásis), vim até Valença, a última cidade Portuguesa do Caminho, sentirei saudades de Portugal!!!
Ponte de Lima - Portugal
No percurso de ontem passei pelo trecho mais difícil do Caminho a Serra La Bruja. Foram quatro horas para fazer 16 km, mas só na parte mais dura,
foram umas duas horas e meia para fazer 3 km de subida com pedras soltas e raízes expostas.
As garras da bruxa me pegaram, sai com a perna toda arranhada. Falei muitos palavrões nessa subida. Que se no começo eu cantava: Ai... a bruxa vem ai, no final eu estava cantando Ultrage a Rigor: FDPPPPP.
Depois do martírio o paraíso, 6 km de asfalto e downhill, desci cantando. Vi uma placa: Bem-vindo a Fontoura. Assim eu comecei: - B-A, Ba; B-E, Be; B-I otônico Fontoura. Como um mantra fui cantando isso e emendei com uma música do Raul, `Agora eu vou cantar por cantar... Cantar tudo que vier na Cabeça...` e quando estava cantado Tia Anastácia `Acho que alguém aqui pirou e eu ando desconfiado que esse cara sou eu`, eu percebi que haviam três carros esperando o maluco aqui encostar a bike para eles passarem, rsss. Tudo isso a 50 km por hora. Pedalar para mim é isso, maluquisse ou infatilidade, mas é uma Máquina do Tempo, eu volto a ser criança.
Agora estou em um Café em Tui, Espanha, são 12:30 e preciso fazer uns 85 kms ainda hoje para ver se vou a missa amanhã, onde?
Em Santiago de Compostela...
T+
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Voltei...
Olá pessoal, sumi um pouco por dois motivos: ou eu chegava muito tarde, tipo dez e meia da noite ou o local que eu faria uma conexão estava com problemas de conexão, como foi o caso de Coimbra no domingo no albergue quanto os cafés ao lado estavam sem conexão, uma lastima.
´Tô gostando muito da força (não consegui configurar o teclado ainda, não é forca e forza mesmo) que vocês estão me mandando. Até agora o Caminho foi muito solitário. Só conversei com um Peregrino, lá em Lisboa. Agora, do Porto em diante dizem que vou encontrar mais.
Adorei saber a 'gafe' da minha irmã, Dora. Os 'seis ladrões', rsss... mas para mim foi mais um ato de preoculpação e amor do que uma gafe, mas que eu ri eu ri, muito.
Ah... a culinária Portuguesa, atendendo a pedidos da Eliana (se é amiga do Roger é minha amiga também), os pasteizinhos daqui, hummm. Os pasteizinhos daqui são diferentes dos pasteizinhos dai, aqui os docinhos é que são os pasteis. Que a propósito são uma delicia, eles usam e abusam dos ovos, das frutas cítricas, ai, da até água na boca. Tem um Lombo de Porco com arroz e batata coberto com molho e pedaços de ananás (abacaxi) que me surpreendeu de tão bom, mas que eu ´tô com saudades do macarrão alho e óleo com cheiro verde que a mãe faz.
Tomar - Cidade Templária
No século XIV, Quando Felipe, o Belo, Rei da França e o Papa Clemente V traíram os Cavaleiros Templários, assim eles tiveram que se refugiar em outros países, como a Inglaterra e Portugal.
A sede deles em Portugal foi em Tomar, que espertamente D. Dinis, rei da época, para não ficar contra a Igreja, transformou os Templários na Ordem dos Cavaleiros de Cristo, mais conhecida como Ordem de Cristo.
Foram esses mesmos Cavaleiros de Cristo que junto com a Escola de Pilotos de Sagres, chegaram do Brasil (não descobriram, chegaram, não é Eliana, rss). Sagres (a Nasa da época) com a tecnologia e a Ordem de Cristo com o dinheiro e a religião.
Aquelas cruzes das Caravelas é a Cruz da Ordem de Cristo, a mesma que Cajamar usa em seu Brasão e Bandeira. Essa cruz foi criada aqui, no Convento do Castelo da Ordem, em Tomar.
A Bandeira de Cajamar ao lado de uma coluneta do Convento de Tomar.
O Convento e o Castelo são tão espetaculares que quase me esqueci de ir embora...
Sai de Tomar as cinco da tarde. Destino, até onde desse.
Pois bem, achei as setas do caminho, sai da Estrada Nacional, mas quando estava bem no meio de vilarejos do interior português, começou uma leve garoa, tirei os óculos e pronto, já não vi mais seta nenhuma... resumindo, me perdi, me perdi feio...
Coloquei os óculos novamente e pedalei até uma cidade chamada Ceres, via Estrada Nacional. A cidade, a beira da estrada não tinha um boteco aberto, nem lugar para acampar, resolvi continuar e vi placas de transito avisando Tomar e Calvinos, duas cidades que eu já havia passado... fiquei pirado... pensei: estou voltando. Vi uma outra placa: Ferreira do Zêzere. Vi que existia no mapa, pensei, nessa deve ter pensão. a distância de 6 km, me enganou, foram pelo menos nove quilómetros, seis, só de subida. Uma serra fria e íngrime.
Cheguei na cidade e pedi informações e me disseram que havia uma pensão perto da rotunda (rotatória), aliás Portugal consegue ter mais rotatória (rotundas) que Guaratinguetá.
Tomei um rápido banho e fui comer e dormir.
Ao todo de Tomar até Ferreira do Zêzere foram 41 km, mas pela Estrada Nacional, seriam apenas 16 km. Bem, assim sendo decidi que até o Porto, só viajaria pela Estrada Nacional.
O novo destino, Coimbra, a capital cultura de Portugal.
No caminho, perto de Penela, a barraca caiu e eu não havia percebido. Um carro parou e me avisou, disse que estava a uns quinhentos metros dali. Eu iria voltar a pé mesmo, mas nem andei 5 metros e um outro carro parou, era uma família e la estava minha barraca, aliás: do Anderson. A generosidade dessas pessoas me emocionou.
Depois, usando o Mapa rodoviário e uma bússola, até que foi fácil chegar em Coimbra, mas chegando a bike começou aprontar, o pneu furou encima de uma ponte movimentadíssima e proibida para bike, empurrei até sair dali, arrumei e montei na bike, ai foi a vez do câmbio dar o ar da graça. Ai, fui empurrando mesmo.
Ferreira do Zêzere - Coimbra - 89 km.
Em Coimbra resolvi descansar um dia e não pedalei no Domingo, já que estou num pais católico, guardei o Domingo porque é sagrado, rsss, na verdade estava muito cansado e a cidade é muito interessante.
Visual de Coimbra - Dizem que é assim desde o século XIV.
T+,
´Tô gostando muito da força (não consegui configurar o teclado ainda, não é forca e forza mesmo) que vocês estão me mandando. Até agora o Caminho foi muito solitário. Só conversei com um Peregrino, lá em Lisboa. Agora, do Porto em diante dizem que vou encontrar mais.
Adorei saber a 'gafe' da minha irmã, Dora. Os 'seis ladrões', rsss... mas para mim foi mais um ato de preoculpação e amor do que uma gafe, mas que eu ri eu ri, muito.
Ah... a culinária Portuguesa, atendendo a pedidos da Eliana (se é amiga do Roger é minha amiga também), os pasteizinhos daqui, hummm. Os pasteizinhos daqui são diferentes dos pasteizinhos dai, aqui os docinhos é que são os pasteis. Que a propósito são uma delicia, eles usam e abusam dos ovos, das frutas cítricas, ai, da até água na boca. Tem um Lombo de Porco com arroz e batata coberto com molho e pedaços de ananás (abacaxi) que me surpreendeu de tão bom, mas que eu ´tô com saudades do macarrão alho e óleo com cheiro verde que a mãe faz.
Tomar - Cidade Templária
No século XIV, Quando Felipe, o Belo, Rei da França e o Papa Clemente V traíram os Cavaleiros Templários, assim eles tiveram que se refugiar em outros países, como a Inglaterra e Portugal.
A sede deles em Portugal foi em Tomar, que espertamente D. Dinis, rei da época, para não ficar contra a Igreja, transformou os Templários na Ordem dos Cavaleiros de Cristo, mais conhecida como Ordem de Cristo.
Foram esses mesmos Cavaleiros de Cristo que junto com a Escola de Pilotos de Sagres, chegaram do Brasil (não descobriram, chegaram, não é Eliana, rss). Sagres (a Nasa da época) com a tecnologia e a Ordem de Cristo com o dinheiro e a religião.
Aquelas cruzes das Caravelas é a Cruz da Ordem de Cristo, a mesma que Cajamar usa em seu Brasão e Bandeira. Essa cruz foi criada aqui, no Convento do Castelo da Ordem, em Tomar.
A Bandeira de Cajamar ao lado de uma coluneta do Convento de Tomar.
O Convento e o Castelo são tão espetaculares que quase me esqueci de ir embora...
Sai de Tomar as cinco da tarde. Destino, até onde desse.
Pois bem, achei as setas do caminho, sai da Estrada Nacional, mas quando estava bem no meio de vilarejos do interior português, começou uma leve garoa, tirei os óculos e pronto, já não vi mais seta nenhuma... resumindo, me perdi, me perdi feio...
Coloquei os óculos novamente e pedalei até uma cidade chamada Ceres, via Estrada Nacional. A cidade, a beira da estrada não tinha um boteco aberto, nem lugar para acampar, resolvi continuar e vi placas de transito avisando Tomar e Calvinos, duas cidades que eu já havia passado... fiquei pirado... pensei: estou voltando. Vi uma outra placa: Ferreira do Zêzere. Vi que existia no mapa, pensei, nessa deve ter pensão. a distância de 6 km, me enganou, foram pelo menos nove quilómetros, seis, só de subida. Uma serra fria e íngrime.
Cheguei na cidade e pedi informações e me disseram que havia uma pensão perto da rotunda (rotatória), aliás Portugal consegue ter mais rotatória (rotundas) que Guaratinguetá.
Tomei um rápido banho e fui comer e dormir.
Ao todo de Tomar até Ferreira do Zêzere foram 41 km, mas pela Estrada Nacional, seriam apenas 16 km. Bem, assim sendo decidi que até o Porto, só viajaria pela Estrada Nacional.
O novo destino, Coimbra, a capital cultura de Portugal.
No caminho, perto de Penela, a barraca caiu e eu não havia percebido. Um carro parou e me avisou, disse que estava a uns quinhentos metros dali. Eu iria voltar a pé mesmo, mas nem andei 5 metros e um outro carro parou, era uma família e la estava minha barraca, aliás: do Anderson. A generosidade dessas pessoas me emocionou.
Depois, usando o Mapa rodoviário e uma bússola, até que foi fácil chegar em Coimbra, mas chegando a bike começou aprontar, o pneu furou encima de uma ponte movimentadíssima e proibida para bike, empurrei até sair dali, arrumei e montei na bike, ai foi a vez do câmbio dar o ar da graça. Ai, fui empurrando mesmo.
Ferreira do Zêzere - Coimbra - 89 km.
Em Coimbra resolvi descansar um dia e não pedalei no Domingo, já que estou num pais católico, guardei o Domingo porque é sagrado, rsss, na verdade estava muito cansado e a cidade é muito interessante.
Visual de Coimbra - Dizem que é assim desde o século XIV.
T+,
sexta-feira, 14 de maio de 2010
De Lisboa à Tomar
Bem, na verdade, até agora, as Setas Amarelas só me ajudaram a sair de Lisboa. Saindo da cidade, os que mais me ajudaram a encontrar os caminhos foram os Portugueses e as placas de transito.
Logo na saída, cometi um erro tosco, esqueci de me abastecer de água, e foram 15 km de deserto, mato, lama endurecida e cidades 'fantasmas', ninguém na rua. Aprendi a lição, {Acho}.
Só em Lisboa nos dois dias anteriores - 33 km de pedal
Lisboa - Azambuja - 68 km
Em Azambuja dormi no Corpo de Bombeiros (Bombeiros Voluntários), uma experiência interessante, lembrei da época do buraco, que agente tinha que dormir nas escolas. rss
Sai de Azambuja com destino incerto... Tentaria Tomar direto (seria loucura fazer mais de 90 km)e no outro dia Fátima?
Bem, se eu fizesse isso, perderia a cegada do Papa, que estava previsto para as 18 horas desse dia, não do outro dia.
Tendo esse problema a resolver, sobre influência de minha amiga Juliane Pandolfo, a JU, decidi que faria o pedal daquele dia ate Santarém. Sabia decisão, o banco duro da bike estava me matando (vocês entendem do que estou falando ne?).
Azambuja - Santarém - 31 km
Bem, porque eu parei em Santarém? Já explico: la procurei um lugar para dormir e um espanhol chamado Mário me indicou uma pensão (D.Almira). Na pensão, tomei um bom banho, guardei a bike e a parte pesada das bagagens, peguei os aparelhos eletrônicos, o saco de dormir e a barraca (que esperava não precisar usar), coloquei no Top Bag (que vira mochila) e procurei a Rodoviária.
- Uma passagem para Fátima, por favor.
- Ida e volta?
- Só ida.
- Oito Euros e quarenta.
(Ual, que caro por 60 km) - pensei.
Bem, a experiência do Santuário eu conto depois, é um capitulo a parte. Será que eu consegui ver o tal de Benedictus XVI?
Santuário de Fátima
Ónibus de volta para Santarém depois das 11 da noite, doce ilusão.
Voltar de Fátima de carona, pura ilusão.
Encontrar um quarto em pleno dia 12 de Maio, outra ilusão. (Os dias 12 e 13 de Maio marcam as datas das aparições de Fátima aos três Pastorinhos).
Qualquer uma das ilusões acima, só seria possível com um milagre de Fátima, mas eu esqueci de pedir o milagre, rsss. Mesmo se eu tivesse pedido, o Santuário estava muito cheio para eu ir de joelhos até o altar.
O jeito foi dormir na barraca que meu amigo Anderson me emprestou. Foi o Anderson, inclusive, que revisou minha bike.
A noite na barraca foi de longe a noite mais fria que já passei, um frio de 3 graus e eu contando apenas com a proteção da barraca, que ficou úmida com a minha respiração, de um saco de dormir preparado para 5 graus, uma blusa de flece e uma calca de Tec Tel.
- Que frrrrio!!!
No outro dia, Santarém novamente, queria ir principalmente na Igreja da Graça e lá poder ver o túmulo de Pedro Álvares Cabral, o Pedrão que descobriu o Brasil, ele mesmo.
Antes, fui comprar uma capa de gel para o banco da bike, ai que alívio.
Resumindo Santarém, uma cidade linda e simpática. Mas com o advento do Papa, foi declarado feriado na região, e nos feriados fecham-se tudo, inclusive as centrais de Turismo (Ora, pois); e como o feriado era religioso, todas as igrejas estavam fechadas, hehehe, inclusive a da Graça, aquela do Túmulo do Pedrão. (Oh... raios)
A fachada da fechada Catedral da Sé de Santarém.
Sai da cidade, passei por duas pontes sobre o Tejo, na primeira indo da Margem Norte para a Sul foi tranquila, mas na outra, na volta a Margem Morte (ops, Norte), uma ponte estreita que só passariam dois carros normais com segurança. Mas o que vi e senti, senti mesmo. Senti um frio na espinha e não tinha tempo para prestar atenção nele não, tinha que pedalar o mais rápido possível os 600 metros de ponte, pois vinham carros, auto-carro (ônibus) e caminhões a toda a velocidade pelos dois lados. Confesso: que tive medo.
Em Golegã, a fachada de igreja mais bonita até então, só a fachada. O interior não pude ver, o Papa.
Ah... por falar em Papa, um português, Professor de Historia, que foi no mesmo ônibus que me levou a Fátima, me disse:
- Tu sabes, mas a visita de Bento XVI tem algo relacionado com a crise econômica.
(Raios, o que o Papa entende de economia) - Pensei comigo. rssss.
Finalizando, eu queria chegar em Tomar, mas o vento não queria deixar, numa reta que dava tranquilamente para fazer 25 km/h, fazia 16-18, reclamei. Mas reclamei muito, pedi truco ao Vento... bem e o Vento? O Vento mandou um belo de um:
- SEIS, LADRÃO!!! (Quase me deixou surdo)
Ainda na reta, eu pedalava, forçando o pedal a meros 11, 10 e as vezes 9 km/h. - Afe, cheguei a Tomar, cidade dos Templários.
Santarém - Tomar - 74 km.
T+
Logo na saída, cometi um erro tosco, esqueci de me abastecer de água, e foram 15 km de deserto, mato, lama endurecida e cidades 'fantasmas', ninguém na rua. Aprendi a lição, {Acho}.
Só em Lisboa nos dois dias anteriores - 33 km de pedal
Lisboa - Azambuja - 68 km
Em Azambuja dormi no Corpo de Bombeiros (Bombeiros Voluntários), uma experiência interessante, lembrei da época do buraco, que agente tinha que dormir nas escolas. rss
Sai de Azambuja com destino incerto... Tentaria Tomar direto (seria loucura fazer mais de 90 km)e no outro dia Fátima?
Bem, se eu fizesse isso, perderia a cegada do Papa, que estava previsto para as 18 horas desse dia, não do outro dia.
Tendo esse problema a resolver, sobre influência de minha amiga Juliane Pandolfo, a JU, decidi que faria o pedal daquele dia ate Santarém. Sabia decisão, o banco duro da bike estava me matando (vocês entendem do que estou falando ne?).
Azambuja - Santarém - 31 km
Bem, porque eu parei em Santarém? Já explico: la procurei um lugar para dormir e um espanhol chamado Mário me indicou uma pensão (D.Almira). Na pensão, tomei um bom banho, guardei a bike e a parte pesada das bagagens, peguei os aparelhos eletrônicos, o saco de dormir e a barraca (que esperava não precisar usar), coloquei no Top Bag (que vira mochila) e procurei a Rodoviária.
- Uma passagem para Fátima, por favor.
- Ida e volta?
- Só ida.
- Oito Euros e quarenta.
(Ual, que caro por 60 km) - pensei.
Bem, a experiência do Santuário eu conto depois, é um capitulo a parte. Será que eu consegui ver o tal de Benedictus XVI?
Santuário de Fátima
Ónibus de volta para Santarém depois das 11 da noite, doce ilusão.
Voltar de Fátima de carona, pura ilusão.
Encontrar um quarto em pleno dia 12 de Maio, outra ilusão. (Os dias 12 e 13 de Maio marcam as datas das aparições de Fátima aos três Pastorinhos).
Qualquer uma das ilusões acima, só seria possível com um milagre de Fátima, mas eu esqueci de pedir o milagre, rsss. Mesmo se eu tivesse pedido, o Santuário estava muito cheio para eu ir de joelhos até o altar.
O jeito foi dormir na barraca que meu amigo Anderson me emprestou. Foi o Anderson, inclusive, que revisou minha bike.
A noite na barraca foi de longe a noite mais fria que já passei, um frio de 3 graus e eu contando apenas com a proteção da barraca, que ficou úmida com a minha respiração, de um saco de dormir preparado para 5 graus, uma blusa de flece e uma calca de Tec Tel.
- Que frrrrio!!!
No outro dia, Santarém novamente, queria ir principalmente na Igreja da Graça e lá poder ver o túmulo de Pedro Álvares Cabral, o Pedrão que descobriu o Brasil, ele mesmo.
Antes, fui comprar uma capa de gel para o banco da bike, ai que alívio.
Resumindo Santarém, uma cidade linda e simpática. Mas com o advento do Papa, foi declarado feriado na região, e nos feriados fecham-se tudo, inclusive as centrais de Turismo (Ora, pois); e como o feriado era religioso, todas as igrejas estavam fechadas, hehehe, inclusive a da Graça, aquela do Túmulo do Pedrão. (Oh... raios)
A fachada da fechada Catedral da Sé de Santarém.
Sai da cidade, passei por duas pontes sobre o Tejo, na primeira indo da Margem Norte para a Sul foi tranquila, mas na outra, na volta a Margem Morte (ops, Norte), uma ponte estreita que só passariam dois carros normais com segurança. Mas o que vi e senti, senti mesmo. Senti um frio na espinha e não tinha tempo para prestar atenção nele não, tinha que pedalar o mais rápido possível os 600 metros de ponte, pois vinham carros, auto-carro (ônibus) e caminhões a toda a velocidade pelos dois lados. Confesso: que tive medo.
Em Golegã, a fachada de igreja mais bonita até então, só a fachada. O interior não pude ver, o Papa.
Ah... por falar em Papa, um português, Professor de Historia, que foi no mesmo ônibus que me levou a Fátima, me disse:
- Tu sabes, mas a visita de Bento XVI tem algo relacionado com a crise econômica.
(Raios, o que o Papa entende de economia) - Pensei comigo. rssss.
Finalizando, eu queria chegar em Tomar, mas o vento não queria deixar, numa reta que dava tranquilamente para fazer 25 km/h, fazia 16-18, reclamei. Mas reclamei muito, pedi truco ao Vento... bem e o Vento? O Vento mandou um belo de um:
- SEIS, LADRÃO!!! (Quase me deixou surdo)
Ainda na reta, eu pedalava, forçando o pedal a meros 11, 10 e as vezes 9 km/h. - Afe, cheguei a Tomar, cidade dos Templários.
Santarém - Tomar - 74 km.
T+
terça-feira, 11 de maio de 2010
Lisboa
Em poucas palavras, Lisboa é moderna e antagonicamente tradicional. Mescla o novo, o fácil com a cultura.
Moderno. Os lugares mais impressionantes são os Parques das Nações e do Tejo, junto a Ponte Vasco da Gama.
Ponte Vasco da Gama vista do Parque do Tejo
Esse parque inspira a prática esportiva, desde um pedal recreativo aos sk8s, inspira a leitura e porque não, um passeio romântico. Já estou com saudades dele, aliás saudade é uma palavra genuinamente Portuguesa, só existe na nossa língua.
Passarela sobre o Tejo no Parque das Nações
Esse parque foi construído para abrigar a Expo 98. Tem de tudo, shopping, restaurantes, museus e pavilhões variados e sobre tudo muita beleza arquitetônica.
Essa é a vista do alto do Castelo de São Jorge; ao fundo Lisboa, o Tejo e sobre ele a Ponte 25 de Abril.
O antigo Patrono de Portugal era Santiago, devido suas intervenções na Guerra da Reconquista. No século XVII e XVIII, como Santiago era o Patrono da Espanha também e Portugal estava sobre influência dos Ingleses, inimigos na época, Portugal decidiu adotar o Patrono Inglês, São Jorge.
Na parede da Catedral da Sé, as primeira seta do Caminho e serão elas que me guiarão até Santiago.
Moderno. Os lugares mais impressionantes são os Parques das Nações e do Tejo, junto a Ponte Vasco da Gama.
Ponte Vasco da Gama vista do Parque do Tejo
Esse parque inspira a prática esportiva, desde um pedal recreativo aos sk8s, inspira a leitura e porque não, um passeio romântico. Já estou com saudades dele, aliás saudade é uma palavra genuinamente Portuguesa, só existe na nossa língua.
Passarela sobre o Tejo no Parque das Nações
Esse parque foi construído para abrigar a Expo 98. Tem de tudo, shopping, restaurantes, museus e pavilhões variados e sobre tudo muita beleza arquitetônica.
Essa é a vista do alto do Castelo de São Jorge; ao fundo Lisboa, o Tejo e sobre ele a Ponte 25 de Abril.
O antigo Patrono de Portugal era Santiago, devido suas intervenções na Guerra da Reconquista. No século XVII e XVIII, como Santiago era o Patrono da Espanha também e Portugal estava sobre influência dos Ingleses, inimigos na época, Portugal decidiu adotar o Patrono Inglês, São Jorge.
Na parede da Catedral da Sé, as primeira seta do Caminho e serão elas que me guiarão até Santiago.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
A chegada e Lisboa...
A pesar da dificultosa chega a Lisboa, tive muita sorte pois o vulcão me deixou chegar...
Estava quase tudo perfeito, quando descobri que minha bike havia ficado na conexão de Madrid, só fui recebe-la, sete horas depois e com o câmbio desregulado e o capacete quebrado.
Apesar disso tudo eu estava e estou feliz pra burro (sem ofensa aos locais, rss...
Achei fácil o Albergue, que por sinal é excelente.
No outro dia, hoje, fui ver a Magnifica Ponte Vasco da Gama e o Parque das Nações, depois peguei uma Avenida muito movimentada até o Estádio da Luz, onde o Benfica foi Campeão Nacional e o país estava em festa (60% da população torce para esse time).
Tirei bastante fotos e fiz bastante vídeos, mas tarde eu posto.
T+
Estava quase tudo perfeito, quando descobri que minha bike havia ficado na conexão de Madrid, só fui recebe-la, sete horas depois e com o câmbio desregulado e o capacete quebrado.
Apesar disso tudo eu estava e estou feliz pra burro (sem ofensa aos locais, rss...
Achei fácil o Albergue, que por sinal é excelente.
No outro dia, hoje, fui ver a Magnifica Ponte Vasco da Gama e o Parque das Nações, depois peguei uma Avenida muito movimentada até o Estádio da Luz, onde o Benfica foi Campeão Nacional e o país estava em festa (60% da população torce para esse time).
Tirei bastante fotos e fiz bastante vídeos, mas tarde eu posto.
T+
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Partir...
A dificuldade de partir é dura, duríssima...
por nossos sonhos, as vezes, precisamos deixar parentes e amigos;
mas é só fisicamente, a presença na alma continua!
Deixamos a Mãe, os irmãos, sobrinhos, cunhados, amigos e filhos, mas voltamos. Sempre voltamos:
Meus filhos: Sarinha e Mateus na cachoeira da Placa.
por nossos sonhos, as vezes, precisamos deixar parentes e amigos;
mas é só fisicamente, a presença na alma continua!
Deixamos a Mãe, os irmãos, sobrinhos, cunhados, amigos e filhos, mas voltamos. Sempre voltamos:
Meus filhos: Sarinha e Mateus na cachoeira da Placa.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Caminho de Santiago!? - Preâmbulo
Diz a Tradição Católica que o Apóstolo Santiago, seguindo as ordens de seu Mestre, Jesus, foi pregar pelo mundo, chegando na Galícia.
Lá fez discípulos e os mesmos o acompanhou na viagem de volta à Terra Santa, onde foi morto por Herodes Agripa.
Seus discípulos pegaram seus restos mortais e os levaram de volta à Galícia e lá foi sepultado.
Seu túmulo ficou esquecido por quase oito séculos, quando em 813 um pastor chamado Pelayo avistou uma chuva de estrelas no campo, o Campo + estella. Chegando ao local, descobriu uma urna e dentro dela ossadas, logo comunicou à Igreja, que concluiu que aquelas eram as relíquias do Filho do Trovão, o Santiago Maior.
Após essa descoberta, milhares de peregrinos de toda a Europa começaram a marchar para lá.
Ao longo do Tempo Igreja forneceu estrutura e indultos aos peregrinos e elevou a Peregrinação à Compostela ao quilate das peregrinações rumo a Roma e a Jerusalém.
Na verdade, o Caminho de Santiago começa na porta da casa de cada um. Porém existem as rotas tradicionais, que são: O Caminho Francês, O Caminho do Norte, O Caminho Aragonês, A Via de La Plata e o CAMINHO PORTUGUÊS.
Lá fez discípulos e os mesmos o acompanhou na viagem de volta à Terra Santa, onde foi morto por Herodes Agripa.
Seus discípulos pegaram seus restos mortais e os levaram de volta à Galícia e lá foi sepultado.
Seu túmulo ficou esquecido por quase oito séculos, quando em 813 um pastor chamado Pelayo avistou uma chuva de estrelas no campo, o Campo + estella. Chegando ao local, descobriu uma urna e dentro dela ossadas, logo comunicou à Igreja, que concluiu que aquelas eram as relíquias do Filho do Trovão, o Santiago Maior.
Após essa descoberta, milhares de peregrinos de toda a Europa começaram a marchar para lá.
Ao longo do Tempo Igreja forneceu estrutura e indultos aos peregrinos e elevou a Peregrinação à Compostela ao quilate das peregrinações rumo a Roma e a Jerusalém.
Na verdade, o Caminho de Santiago começa na porta da casa de cada um. Porém existem as rotas tradicionais, que são: O Caminho Francês, O Caminho do Norte, O Caminho Aragonês, A Via de La Plata e o CAMINHO PORTUGUÊS.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Papo de Família.
- Mãe, vou andar de bicicleta...
- Onde?
- Ali...
- Ali, aonde?
- Ali... em Portugal.
- Ah, tá. Vê se não demora, viu!
Silêncio.
- Aonde, Portugal!? Tá maluco, menino?
De mim, apenas um silêncio com sorriso de orelha à orelha com uma cara-lavada de "pidão".
- Tá bem.
- Beleza. A Bênção, mãe?
- Deus que te abençoe, meu filho!
O CAMINHO PORTUGUÊS e O CAMINHO À FINISTERRE - 2010 - ANO JACOBEO
fonte: googlemaps.com (obrigado google, por existir)
- Onde?
- Ali...
- Ali, aonde?
- Ali... em Portugal.
- Ah, tá. Vê se não demora, viu!
Silêncio.
- Aonde, Portugal!? Tá maluco, menino?
De mim, apenas um silêncio com sorriso de orelha à orelha com uma cara-lavada de "pidão".
- Tá bem.
- Beleza. A Bênção, mãe?
- Deus que te abençoe, meu filho!
O CAMINHO PORTUGUÊS e O CAMINHO À FINISTERRE - 2010 - ANO JACOBEO
fonte: googlemaps.com (obrigado google, por existir)
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