Olá pessoal, sumi um pouco por dois motivos: ou eu chegava muito tarde, tipo dez e meia da noite ou o local que eu faria uma conexão estava com problemas de conexão, como foi o caso de Coimbra no domingo no albergue quanto os cafés ao lado estavam sem conexão, uma lastima.
´Tô gostando muito da força (não consegui configurar o teclado ainda, não é forca e forza mesmo) que vocês estão me mandando. Até agora o Caminho foi muito solitário. Só conversei com um Peregrino, lá em Lisboa. Agora, do Porto em diante dizem que vou encontrar mais.
Adorei saber a 'gafe' da minha irmã, Dora. Os 'seis ladrões', rsss... mas para mim foi mais um ato de preoculpação e amor do que uma gafe, mas que eu ri eu ri, muito.
Ah... a culinária Portuguesa, atendendo a pedidos da Eliana (se é amiga do Roger é minha amiga também), os pasteizinhos daqui, hummm. Os pasteizinhos daqui são diferentes dos pasteizinhos dai, aqui os docinhos é que são os pasteis. Que a propósito são uma delicia, eles usam e abusam dos ovos, das frutas cítricas, ai, da até água na boca. Tem um Lombo de Porco com arroz e batata coberto com molho e pedaços de ananás (abacaxi) que me surpreendeu de tão bom, mas que eu ´tô com saudades do macarrão alho e óleo com cheiro verde que a mãe faz.
Tomar - Cidade Templária
No século XIV, Quando Felipe, o Belo, Rei da França e o Papa Clemente V traíram os Cavaleiros Templários, assim eles tiveram que se refugiar em outros países, como a Inglaterra e Portugal.
A sede deles em Portugal foi em Tomar, que espertamente D. Dinis, rei da época, para não ficar contra a Igreja, transformou os Templários na Ordem dos Cavaleiros de Cristo, mais conhecida como Ordem de Cristo.
Foram esses mesmos Cavaleiros de Cristo que junto com a Escola de Pilotos de Sagres, chegaram do Brasil (não descobriram, chegaram, não é Eliana, rss). Sagres (a Nasa da época) com a tecnologia e a Ordem de Cristo com o dinheiro e a religião.
Aquelas cruzes das Caravelas é a Cruz da Ordem de Cristo, a mesma que Cajamar usa em seu Brasão e Bandeira. Essa cruz foi criada aqui, no Convento do Castelo da Ordem, em Tomar.
A Bandeira de Cajamar ao lado de uma coluneta do Convento de Tomar.
O Convento e o Castelo são tão espetaculares que quase me esqueci de ir embora...
Sai de Tomar as cinco da tarde. Destino, até onde desse.
Pois bem, achei as setas do caminho, sai da Estrada Nacional, mas quando estava bem no meio de vilarejos do interior português, começou uma leve garoa, tirei os óculos e pronto, já não vi mais seta nenhuma... resumindo, me perdi, me perdi feio...
Coloquei os óculos novamente e pedalei até uma cidade chamada Ceres, via Estrada Nacional. A cidade, a beira da estrada não tinha um boteco aberto, nem lugar para acampar, resolvi continuar e vi placas de transito avisando Tomar e Calvinos, duas cidades que eu já havia passado... fiquei pirado... pensei: estou voltando. Vi uma outra placa: Ferreira do Zêzere. Vi que existia no mapa, pensei, nessa deve ter pensão. a distância de 6 km, me enganou, foram pelo menos nove quilómetros, seis, só de subida. Uma serra fria e íngrime.
Cheguei na cidade e pedi informações e me disseram que havia uma pensão perto da rotunda (rotatória), aliás Portugal consegue ter mais rotatória (rotundas) que Guaratinguetá.
Tomei um rápido banho e fui comer e dormir.
Ao todo de Tomar até Ferreira do Zêzere foram 41 km, mas pela Estrada Nacional, seriam apenas 16 km. Bem, assim sendo decidi que até o Porto, só viajaria pela Estrada Nacional.
O novo destino, Coimbra, a capital cultura de Portugal.
No caminho, perto de Penela, a barraca caiu e eu não havia percebido. Um carro parou e me avisou, disse que estava a uns quinhentos metros dali. Eu iria voltar a pé mesmo, mas nem andei 5 metros e um outro carro parou, era uma família e la estava minha barraca, aliás: do Anderson. A generosidade dessas pessoas me emocionou.
Depois, usando o Mapa rodoviário e uma bússola, até que foi fácil chegar em Coimbra, mas chegando a bike começou aprontar, o pneu furou encima de uma ponte movimentadíssima e proibida para bike, empurrei até sair dali, arrumei e montei na bike, ai foi a vez do câmbio dar o ar da graça. Ai, fui empurrando mesmo.
Ferreira do Zêzere - Coimbra - 89 km.
Em Coimbra resolvi descansar um dia e não pedalei no Domingo, já que estou num pais católico, guardei o Domingo porque é sagrado, rsss, na verdade estava muito cansado e a cidade é muito interessante.
Visual de Coimbra - Dizem que é assim desde o século XIV.
T+,
Aí,
ResponderExcluirEsse é o Cleber,
Perdido pode ser, sem rumo jamais, sempre vencendo os obstáculos com ironia ao acaso.
Continue firme meu amigo, seguindo o mapa da vitória.
Aí Cleber,
ResponderExcluirPerdido pode ser, sem rumo jamais!!!
Vencendo sempre os obstáculos com ironia ao acaso.
Força meu amigo, essa estrada é sua, gaste os pneus.
Abraço.
Estou acompanhando mesmo, suas pedaladas .Me sinto aí também,quando leio seus relatos.Força heim!!!bjs
ResponderExcluirOlá, Cleber! Amigo solitário!
ResponderExcluirEntenda que esta "solidão" está lhe proporcionando um encontro precioso consigo mesmo, e isto é algo fantástico que permitirá uma melhor percepção de você mesmo e do outro em novos momentos de sua vida.
Obrigada pelo carinho, Cleber, ao dizer que já me considera como sua amiga só por eu ser amiga do Roger. Naturalmente, parti deste mesmo princípio: se é amigo do Roger, posso considerá-lo meu amigo!
Gostei também dos comentários acerca da culinária portuguesa... também fiquei com água na boca! Imagino ainda que os pratos à base de bacalhau e o famoso vinho do Porto devam fazer muito sucesso por estas bandas.
Estou amando as aulas de História, já tive a oportunidade de mencionar em outra postagem. Não sabia da história da traição aos Cavaleiros Templários, datada do séc. XIV, de Felipe, o Belo, e do Papa Clemente V, mas, de D.Dinis, sim. Também já conhecia o interesse da Escola de Sagres na inovação tecnológica e na disposição de se aventurar ao "mar tenebroso" - pois, o mar para os viventes daquela época - era povoado por criaturas monstruosas. Entretanto, a busca pela descoberta de novas terras (= riquezas) os levaram a aventurar-se e "encontrar" novas terras. É isso mesmo, eles chegaram ao Brasil, Cléber, é muita presunção deles achar que "descobriram" nosso país! Só que chegaram e exploraram o que puderam!
Gostei muito da sobreposição que fez ao colocar a bandeira de Cajamar ao lado da coluneta do Convento de Tomar. A cruz de Cristo, uma cruz denominada Cruz Pátea (seus braços estreitam na direção do centro, mão não apresentam extremidades chanfradas) e que muitos chamam, erroneamente, de Cruz de Malta, como o caso do Vasco da Gama (clube de futebol).
Nossa! É mesmo! Os castelos! Devem ser realmente espetaculares!
E as aventuras prosseguem! Pensar que se "perdeu"... só "pensar" e, apesar de tudo, o calor do povo português, ao avisar-lhe e, mais, ao entregar-lhe a barraca à qual tem posse ( e o Anderson o domínio!, foi muito legal!
Imagino o quanto seus amigos de pedal não gostariam de estar compartilhando desta aventura! Os olhos do Roger brilham e ele faz gestos com os braços e com as m~~aos de "forza", amigo!
Imaginamos que deve estar no Porto neste momento, metade de sua trajetória, aproximadamente. É isso?
Excelentes pedaladas, amigo Cléber!
Lembre-se de um trecho do poema de Fernando Pessoa, grande escritor português:
MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
Lembre-se sempre deste trecho: tudo vale a pena se a alma não é pequena!
Eliana
Pai estou muito orgulhosa por vc ter comseguido realizar mais uma vez seu nonho. E tambem um pouquinho triste ne por q , ficar dias sem o pai q eu tanto amo nao e tarefa facil ne ? ja esta na reta final agora e só correr pro apraço . beijao TE AMO MUITO MAIS Q TUDO NESSA VIDINHA MINHA . sua filha q te tanto ama sara .
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