quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ciclo Japi - Casa do Vizinho

Após o Caminho Português, fiz poucos Pedais para relatar.

Um recorde de pedal 151 km. Por sugestão do Gilmar, nós fomos e voltamos de Cajamar até Itú de Speed. Pedal duro, duríssimo, prá ir 3:45, prá voltar, 5:30 e muitas paradas. Mas o pedal foi loko. Muito loko! Cheguei até esquecer que estava pedalando.

O outro, foi quando fui acompanhar minha filha em uma Romaria de Cajamar à Pirapora do Bom Jesus. Ela e todo mundo de cavalo e eu era o único de bike. O quê que não fazemos por uma filha, rsss. Na volta, noturna, minha filha havia entregado o cavado ao dono e voltado de carona com uma amiginha e sua mãe. Eu teria que voltar no escuro. A lanterna arriando a bateria. Fui escoltado por uns bons quilômetros pela GM de Pirapora e depois meu amigo Fernando me deu carona na sua camionete, estava perigoso.

Após esse pedal fui visitar o médico, com umas dores na canela. Consultas. Exames. Consultas. Exames. Resultado: fratura por estresse, fruto de uma imprudente corrida (com stikes) na montanha. Fisioterapia. Quatro meses e meio parado: sem correr e sem pedalar. Consultas. Dez quilos a mais. Nesse período, vi filmes, andei de Jeep, fiz uma caminhada leve, mas nada, nada de pedal. Ai, vieram as festas de final de ano, manutenção na bike e finalmente voltei ao pedal, fiz uns dois dias bem leve.

Em meados de Janeiro, meu primo Evandro instigou:
- Pedal no sábado!? O Roger vai e Anderson também, ele comprou uma suspensão nova.
- Putz, será que aguento? - Respondi.
Fomos.

Sábado de manhã, 15/01, marcamos as 8:30, mas já era passada uma hora de atraso quando nos encontramos na Pracinha do Centro de Cajamar.
- Pra Onde?
- No caminho agente decide.
- Pelo asfalto ou pela terra?
- Vamos por enquanto pelo asfalto, que é mais leve.
- Blz.
Cinco quilometros de subidas depois, onde uma trilha corta o asfalto, e principalmente depois de esperar os batimentos cardíacos baixarem, de voltar a respirar normalmente e de beber aquele gole d´água:
- E ai, Placa?
- Putz, hoje não dá. - Respondi.
- Achei que agente ia pela Zona. - Brincou o Evandro. Zona é uma trilha muito punk que tem duas subidas de calar a boca, empurrar a bike, carregar a bike, puxar a bike, essas subidas, são a P... e da filha da P..., por isso o nome Zona.
- Vixi, quer me matar.
Ai o Roger sugeriu:
- Japi!?
- O meu, Japi é legal. Não é muito longo, nem tão difícil e é bonito.
- Japi.
- Japi.
Simbora.
Na verdade, naquele ponto o grande atrativo para o Japi era a longa descida, de asfalto novo, onde a MTB dá mais de 70 km por hora que nos atraiu. Mas ninguém confessou na hora.

Fomos para o Japi.

Sentir o vento no rosto novamente, não tem preço.

Esse Ciclo Japi, já foi catalogado pelo Cavalleri e os bikers normalmente deixam o Carro no Japiapé (Restaurante) ou no Bairro de Santa Clara (Jundiaí) para iniciar o pedal. Nós privilegiados, saímos da porta de casa.

Gostamos de fazer esse role no sentido horário.
Saindo de Cajamar-Centro, pedalamos sentido Ponunduva por 10 km de asdalto até que logo após o Japiapé e após correr dos cachorros, viramos numa estrada de terra à direita.
Passamos por um antigo assentamento dos Sem Terra e a direita avistamos a mata ciliar do rio que acompanha o lado de Cajamar da Serra do Japi.

Adiante, a estrada vira novamente a direita, subimos em meio a uns pares de belos e cheirosos pinheirais. Passamos pela antiga Cachoeira de Morumgaba (Fechada pelo Ministério Público). Subimos. Subimos em degraus até o quilômetro 20.
Ali, temos duas placas, ambas indicam Jundiaí. A da direita, mais rápida, só tem uma cachoeira e a subida é íngreme. A da esquerda, mais longa, com mais cachoeiras e com apenas uma subida punk.
- Pela esquerda.
Mais degraus de subidas.
Uma lua intensa de meio dia.
Sede.
Minha água já tinha acabado e não resisti, bebi água do rio mesmo.
Fizemos um lanche biker: banana, paçoca, pêra. Tudo misturado.
- Bora pedalar.
O Roger disparou na frente. Estava no apetite.
Pedalamos mais e no sopé da última grande subida, pensei em empurrar, quando parei e conversando com o Evandro e Anderson surgiu a música do Engenheiros:
"Não vim até aqui para desistir agora...
... se depender de mim eu vou até o fim"
- Bora. Bora. Sobe. Vai. Vai, C........ Uma pedra solta aqui, outra ali. Vai falta pouco.
Batimentos à mais de 190. Ufa... chegamos ao ápice do role. O Roger já estava lá de velho.
Um lugar com um banco de concreto ao lado direito da estrada.
Para trás (a esquerda) uma enorme subida já vencida. À frente uma fazenda de matacões e a alternativa de subir às antenas de TV e rádio (hoje não).
Como comadres. Conversamos, conversamos, conversamos.
Tiramos a única foto do role. (Que o Evandro está devendo) e descemos quase 5 km até o boteco de Santa Clara.
Outro lanche, esse nada saudável: salgados e Coca-Cola. Mais conversas e de barriga cheia partimos. Mais 14 km, de muitas subidas leves, mas subidas.

Foi um role de 47 km. Já conhedido por nós, no quintal de casa, aliás na casa do vizinho, mas é muito bom estar ali.

O outro pedal que haviamos feito juntos (os quatro) foi em Abril de 2010, Socorro. Mas isso é uma outra história.

2 comentários:

  1. Aí, depois dessa cobrança pública,já tô mandando a foto! rsrs

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  2. Japi é o meu "playcenter natural", meu contato com o que há de mais bonito por estas bandas, lugares e pessoas sintonizadas com desafios misturados com satisfação e adrenalina.

    Toda vez que estou neste rolê, descubro o quanto a natureza revigora com seus espetáculos inusitados.

    Japi - Saúde - Felicidade - Pedalar Sempre!!!

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